segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Sem Janta, por Jéssica Kruck

 












  Esse relato pode parecer desnecessariamente dramático, mas levando em consideração seu teor ficcional, talvez os arrombos de mal gosto estilístico sejam relevados. Tamanho arrego logo na introdução se dá pela falta de experiência que julgo ter sobre o quesito janta. Lá pelas tantas da minha infância em cidade cosmopolita, eu bem lembro de jantar rápido pra dormir e talvez encontrar aqueles que diziam ser meus pais.    Pelo menos eram eles que pagavam a escola e pra quem eu entregava as lembrancinhas de datas comemorativas.  Mais pra frente, numa experiência interiorana, sempre tinha algum parente pra jantar alguns dias da semana lá em casa. Era legal, daquele jeito familiar. Foi o período no qual mais vivi cercada de relacionamentos familiares e apadrinhamentos.  Agora, como nos últimos anos, as refeições noturnas não existem mais e as lembranças do que já chamei de janta seguem cada vez mais esparsas na memória. Ninguém se encontra, ninguém se toca e quase todos temem uma reunião à mesa. Essa virou enfeite, como há muito não se via naquela casa.  E aí quando eu fico encantada com a casa dos meus amigos e suas reuniões familiares, eles me perguntam: na sua casa não tem? E eu respondo: Janta? Não. Janta, não tem não.

Jéssica Kruck


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Um abraço!

2 comentários:

Cléo disse...

Em casa tem janta todo dia, kkkkk
Embora eu preferisse que não tivesse :(
Adorei o texto...

Thais disse...

Em casa nunca teve janta.! A família costumava se reunir em volta da televisão para assistir a novela.!

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