segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Ainda sob o sol de Roma

Ver, tocar e respirar a história da cidade foi inesquecível. Visitamos palácios, igrejas, e o incrível Coliseu. Mesmo repleto de turistas, que surgiam por traz das ruínas, em cima das escadas e se aglomeravam nas grades, todos exibiam em seus rostos uma expressão de contemplação, quase reverência. Pesava em cada olhar o significado que o mais famoso ponto turístico de Roma possui. O Vaticano foi outra visita que merece ser contada. O museu de lá esboçou um pouco da beleza artística que marcou toda a viagem. Tetos sensacionais (sim, tetos), sempre ornamentados e com alguma história para contar. Também vimos inúmeras esculturas e pinturas de diversos artistas. Como não podia faltar, houve um pequeno "barraco" e sim, no Vaticano. Ao tentar comprar alguns chaveiros, me desentendi com o dono do estabelecimento na hora do pagamento. Já que também possuo sangue fervido, não me contive. Joguei no balcão (e na cara do nervoso italiano) tudo que eu e minha prima (que observava a cena atônita) havíamos separado e em inglês- espanhol- italiano- português esbravejei que jamais voltaria ali, o que fez com que o dono rogasse inúmeras pragas. 



Pesava em cada olhar o significado que o mais famoso ponto turístico de Roma possui.

Barracos à parte, a perfeição da Basílica de São Pedro nos deixou sem ar, assim como os italianos. Foi ali que vimos o "homem mais bonito do mundo". Na verdade, foi em Roma o começo do que podemos chamar de concurso para o "homem mais bonito do mundo". Os italianos são altos, magros, possuem um leve bronzeado, cabelos bem escuros com sobrancelhas espessas, que amparam um olhar irresistível. No famoso bairro Trastevere, podemos ver a essência do charme italiano. O bairro possui ruas estreitas, com ar antigo, roupas penduradas nas varandas e muitos bares, de pubs à restaurantes com cardápio exclusivamente não- turístico.  Desde o início da noite o movimento é intenso. Muitos jovens, muitos turistas e muitos italianos galanteadores. Víamos por todos os lados turistas, felizes da vida (por sinal), escoltadas pelos belos ragazzi. 

Isso foi  MAIS um pouco de Roma.

Um abraço,

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Sob o sol de Roma

*Pequeno relato sobre a viagem à Europa feita em outubro de 2011 na companhia de Renata Marcelino, Daiane Nogueira e Lilian Lima.


Espera-se de Roma muita coisa, mas nada se compara ao que a cidade tem a oferecer. Em meio a vespas, que passavam aos montes e com toda velocidade, pudemos presenciar o que seria o engarrafamento italiano. Muito barulho, muitos mini- carros e muitos italianos batendo boca. Mas havia um grande diferencial: ao mesmo tempo que o burburinho do trânsito gritava que a cidade era apenas mais uma grande capital, os prédios, monumentos e casas contestavam qualquer rótulo e juntavam o novo com o antigo harmoniosamente. A emoção era quase incontida, o berço da história estava à nossa frente. Dividimos o táxi com duas indianas e já percebemos que a cidade também harmonizava diferentes culturas e etnias, que estavam ali a passeio ou procurando oportunidades. Já no hotel, nos aliviamos por chegar sã e salvas, pelo taxista não ter cobrado um preço exorbitante e pelo recepcionista ter boa pinta. Até que chegamos no quarto e vimos que nem tudo são brioches italianos. Desde o aeroporto pudemos perceber que os italianos são acima de tudo geniosos. Andavam em suas vespas com seus ternos impecáveis, óculos de sol e bolsas de couro nos ombros, como se a vida não exigisse esforço algum. Entretanto, apenas um apertãozinho no calo fazia o sangue ferver. E como. Mesmo no centro da cidade era possível perceber os gestos exagerados, as mãos que tentavam acompanhar o diálogo, a cara vermelha e a explosão de palavras que felizmente não entendíamos. 


 A emoção era quase incontida, o berço da história estava à nossa frente. 


A elegância corria solta. As mulheres, muito esguias, sempre bem arrumadas, usavam, ousavam um estilo único, o que era péssimo para minha dor no cotovelo. Elas abusavam de mini- saias, mini- shorts, lenços e posso afirmar que elas sim, sabem usar um birote. Curiosíssimas, fizemos nossa primeira refeição em um restaurante que não tinha mais de cinco mesas e se encontrava em um charmoso beco. À meia luz, as mesas eram enquadradas por um toldo branco e algumas flores e plantas que enfeitavam as paredes. A rua estava a poucos metros do escondido lugar e conseguíamos ver seu movimento. A pizza, sem dúvida, não era brasileira. A casca era fina, com molho de tomate e queijo por cima, acompanhada pelo vinho da casa. Mas o ponto alto foi a macarronada de um restaurante familiar enfrente a uma velha igreja, em uma das típicas praças da cidade. Mal chegamos e a "mama" que atendia os fregueses começou a discutir com a mesa ao lado, que lógico, era de turistas. Mesmo assustadas, resolvemos ficar e pedir os pratos, o que em toda viagem sempre gerou muito ansiedade em todas. Naquele restaurante todos falavam italiano, somente italiano. Ao ver nossas caras vacilantes a "mama" não teve dúvidas. Escolheu nossos pratos, as bebidas e a sobremesa e saiu sem deixar tempo para choro nem vela. E que fantástica foi a refeição.
Em todos os restaurantes, esperava acinosamente a sobremesa. Os sorvetes, ou melhor, gelatos, eram irresistíveis no calor que enfrentamos em pleno outono europeu. De todas as cores e sabores, primeiro o comíamos com os olhos e depois com o estômago mesmo.

Sobremesa após visita ao Coliseu.


   
Isso foi um pouco de Roma.


Um abraço,

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Perto de uma mulher, são só garotos


Os sutiãs rasgados e a chamada "Revolução sexual" mudaram muita coisa na então (e sempre) complicada relação homem - mulher. Todas as mudanças, desde o ingresso da mulher no mercado de trabalho à ascensão feminina no quadro político brasileiro causaram impacto não só nas lutas feministas, mas na história dos pobres homens. Eles não souberam se encaixar nesse novo contexto, perdendo seu domínio também na hora da sedução. Com a liberação feminina moral, social e profissional veio a permissão para seduzir, sem rodeios e entrelinhas. As mulheres deixaram de lado (ou deveriam) artifícios que a objetivavam e passaram a verbalizar seus desejos e vontades, tal qual os homens. Não é mais preciso inúmeras indiretas, saias, sombras, sapatos (pelo menos para as mais corajosas). Tudo é resolvido com um papo direto e reto. Aí está o problema. As mulheres conquistaram o lugar de desejantes e os homem foram obrigados a ocupar o lugar de desejados. Resultado: o famoso bordão "Hoje não, querida, estou com dor de cabaça" mudou de gênero e até intitula a reportagem  da revista TPM¹ em uma de suas últimas edições. A reportagem levanta a ausência de cartilha cultural nessa nova relação. Assim, tanto o homem, quanto a mulher se deparam com dúvidas como: "Será que não sou homem?" e "Será que seduzir não é coisa de vadia?". Ou seja, tudo ficou mais complicado do que era, principalmente para aquelas que ainda não acostumaram com o papel de desejantes. Se as mulheres são difíceis de entender, os homens são praticamente impossíveis, principalmente quando abraçam esse novo papel (desejados), mesmo envoltos por antigos preconceitos, que persistem, como mostra o estudo "Mulher no mercado de trabalho: perguntas e respostas", divulgado pelo IBGE. A pesquisa traz que as mulheres ainda ganham em torno de 72,3% do rendimento dos homens, diferença que leva em consideração pessoas com mesma escolaridade. Esse número impacta quando pensamos que as mulheres representam  hoje 61,2% das trabalhadoras com 11 anos ou mais de estudo (contra 53,2% de homens). Como faço parte do grupo dos novos desajustados, acho tão mais fácil a velha tríplice: charme, violão e palavras bonitas (só charme e palavras bonitas servem, também). Talvez esteja muito fácil ou só precise treinar novas cantadas, vai saber.

Explica tudo, Elvis!





Abraço!