Jogue a primeira pedra quem nunca assistiu algum reality show. A mais erudita das pessoas, ao passar pela televisão, não resisti em dar uma espiada no barraco armado na telinha. Generalizações à parte, a verdade é que as pessoas assistem esse tipo de programa e não percebem o que realmente as motiva a assisti-lo: vivemos em um mundo cão, onde todos são obrigados a aderir a lei do mais forte e desde a infância buscar ser o melhor, mais resistente e inteligente. Eu mesma estudei em um colégio que incentivava os alunos a competirem entre si e a buscarem a qualquer custo o melhor resultado. Assim, entramos no mercado de trabalho dispostos e preparados a competir com outros profissionais. O tipo de pressão que esse ciclo gera, geralmente causa no indivíduo estresse, sentimento de não - realização (quando se é o mais fraco) e muitas vezes um total vazio que o leva a dizer: o que estou fazendo aqui? O que isso tem a ver com o Big Brother e a Fazenda? Esses tipos de programas funcionam como escape desse ciclo vicioso. A pessoa de casa escolhe seu representante e acompanha toda sua trajetória, suas escolhas, suas estratégias, torcendo para que massacre os outros participantes do programa. Transfere-se a competição diária do indivíduo para o reality show e para o participante escolhido como preferido e é ainda mais gostoso quando ele vence todos os seus adversários depois de 8 horas pendurado em um cabo de aço. A pressão de competir a todo momento não se restringe a classe, etnia, cultura, enfim, atinge toda a sociedade. Generalizar o público e acusá-lo de acultural, superficial e medíocre é simplesmente cair no senso comum. Discutir as motivações das ações humanas e desvendar os seus por ques é muito mais pedagógico. Não estou justificando a qualidade ou o intuito dos reality shows, mas quando vistos sob essa ótica, faz sentido a sua popularidade e as inúmeras edições que conquistam.
Um abraço,
2 comentários:
Dizem que o Big Brother é um prato cheio para os estudiosos em psicologia para avaliação do comportamento humano. O problema é que essa coisa (para não dizer outra coisa) passa em rede nacional e pelo visto futuramente vamos ter só psicólogos no Brasil...
abraços
Luis Carlos
instintivamente somos espectadores ansiosos frente pelo espetáculo Romano. Voltamos às origens ou ao passado quando, sob a qualidade de massa de manobra, não questionamos o que nos leva ao coliseu. O fato de não nos perguntarmos atribui-se a falta de senso crítico que nos leva a uma sucessão de erros e essas sementes nos trarão seus frutos. Parabéns mais uma vez, Prima!
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